Page 2 - Giz Negro - 2.ª Edição 2023/2024
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abril 2024
EDITORIAL
Ler ou não ler… eis a questão. Estamos num século em que a leitura é
fundamental, já que a forma como nos apropriamos dos diferentes sentidos
define, frequentemente, a nossa capacidade de realização profissional e
pessoal.
Contudo, o digital prende-nos tanto a atenção que o ato de ler fica circunscrito
a uma redutora opção que se traduz no ecrã de um telemóvel cheio de fotos e
vídeos que correm, aceleradamente, diante dos nossos olhos e perdem a
atualidade em segundos.
Pois aí está a grande diferença entre o telemóvel e o livro. É inegável que o
esforço que este exige é bem maior, mas a recompensa também se transforma
num tesouro para a vida. Viver as aventuras fantásticas dos livros do Harry
Potter transporta-nos para um mundo de fantasia sem fim. Acompanhar a
jornada do Frodo, nos três volumes de O Senhor dos Anéis, ensina-nos o valor
da fraternidade. Descobrir os mitos da Antiguidade Clássica e as lendas
nórdicas esclarece-nos sobre a fonte de inspiração dos heróis da Marvel.
Conhecer os autores da literatura infantojuvenil portuguesa é aprofundar o
nosso conhecimento de diferentes épocas do nosso país e enriquecer o
vocabulário para além do inimaginável. E se quisermos ir ainda mais longe,
conhecendo melhor o passado do nosso continente, podemos sempre ler O
Rapaz do Pijama às Riscas.
E durante este ano, em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, abre-se
diante de nós uma lista de livros a perder de vista sobre um tema que nos
elucida sobre o nosso passado, enquanto nação, e nos ajuda a fazer escolhas
esclarecidas para o futuro que todos desejamos ter.
A oferta de bons livros é tão grande que a dificuldade reside em escolher. E
ler nunca é um ato solitário. Entramos no livro, acompanhamos as
personagens, emocionamo-nos com elas, alegramo-nos com as suas
conquistas, inquietamo-nos com os seus dissabores e desventuras e vivemos
no suspense do seu desfecho, que idealizamos feliz.
Daqui a um ano, uma situação humorística encontrada a fazer “scroll” no
telemóvel estará esquecida, mas uma citação de Saint- Exupéry, retirada da sua
obra O Principezinho continuará cheia de significado e relevante: “Tornas-te
para sempre responsável por tudo o que cativares.”
Se entretanto, tiverem dificuldades com a palavra “cativar”, podem sempre
consultar a infopedia.pt.. Afinal, o digital está aí ao nosso serviço e deve ser
usado a par com o livro, que nunca perdeu o seu lugar no nosso quotidiano
nem no nosso coração, pois é um amigo permanente.
Maria da Luz Melo
Giz Negro / Jornal Escolar 2