Page 2 - Giz Negro - 3.ª Edição 2023/2024
P. 2
julho 2024
Editorial
Cinquenta anos volvidos após o 25 de Abril, continua a ser premente proteger os
valores da democracia tão arduamente conquistada.
De facto, num tempo em que tudo está à distância de um clique, parece impossível
que esses valores não estejam perpetuamente garantidos. No entanto, é óbvio que se
os queremos manter vamos ter de nos tornar mais pró-ativos na sua defesa.
O respeito pela liberdade e pelos nossos direitos fundamentais tem de nortear todas
as nossas ações e projetos de vida. E será que há melhor local do que a escola para se
fazer esse exercício de cidadania diariamente?
Creio que a escola é mesmo um dos grandes viveiros dessa aprendizagem. Sim,
porque se trata de aprender a viver mediante esses valores, contribuindo para que
todos à nossa volta os compreendam e os vivenciem enquanto pessoas. É irrelevante
criar documentos ou regulamentos que os preconizem, deixando-os simplesmente
adormecidos sem a preocupação de verificar se na realidade eles são uma prioridade na
vida escolar ou social dos nossos alunos.
Cabe-nos a todos procurar as melhores estratégias para que todos possam crescer
em sentido crítico, desenvolvendo atitudes e hábitos positivos de relação que favoreçam
a maturidade cívica para uma intervenção consciente, ativa e responsável na realidade
circundante, fundamentada nos valores democráticos que queremos perpetuar.
Liberdade
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente Maria da Luz Melo
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
Sophia de Mello Breyner Andresen, in Mar Novo
Giz Negro / Jornal Escolar 2