Page 19 - Giz Negro - 3.ª Edição 2024/2025
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julho 2025

                                                   Camões 500




                     As  celebrações  do  V  Centenário  do  nascimento  de  Luís  de
               Camões  (1524-1580)  têm  sido  um  acontecimento  cultural  de
               grande relevância em Portugal e no mundo, através da diáspora
               lusófona. A 10 de junho celebra-se sempre o Dia de Portugal, de
               Camões e das Comunidades Portuguesas.
                     Depois  de  viver  enormes  aventuras  e  grandes  dissabores  longe  da
               pátria,  Luís  de  Camões  chegou  a  Lisboa  em  1570.  Trazia  consigo  o
               manuscrito de Os Lusíadas e foi apresentá-lo ao rei, que era D. Sebastião.
               Segundo  consta,  terá  feito  a  sua  leitura  em  voz  alta,  diante  do  rei  e  da
               corte.
                   O  rei  atribuiu-lhe  uma  tença  anual  (pensão),  não  só  pela  obra
               apresentada, mas também pelos serviços prestados em nome de Portugal
               no  Oriente.  Esta  tença  era  uma  quantia  modesta,  que  não  lhe  permitia
               viver com conforto e sem preocupações. A este respeito, a poetisa Sophia
               de Mello Breyner Andresen escreveu o poema Camões e a tença.



                                                                       Camões e a tença

                                                            Irás ao Paço. Irás pedir que a tença
                                                                 Seja paga na data combinada
                                                                 Este país te mata lentamente

                                                            País que tu chamaste e não responde
                Desenho de Gabriel Ferreira, 5ºB              País que tu nomeias e não nasce


                                                               Em tua perdição se conjuraram
                                                               Calúnias desamor inveja ardente
                                                               E sempre os inimigos sobejaram
                                                             A quem ousou seu ser inteiramente

                                                           E aqueles que invocaste não te viram
                                                           Porque estavam curvados e dobrados
                                                              Pela paciência cuja mão de cinza
                                                            Tinha apagado os olhos no seu rosto

                                                              Irás ao Paço irás pacientemente
                                                          Pois não te pedem canto mas paciência
                                                               Este País te mata lentamente.
                Desenho de Matilde L. Ramos, 5ºB
                                                                 Sophia de Mello Breyner Andresen,
                                                                          Palavras de Cristal


                                              Na     Biblioteca      encontrarás
                                              muita  informação  sobre  o

                                              genial  Poeta  Luís  Vaz  de                      Clube
                                              Camões.                                       Jornal Escolar



         Giz Negro / Jornal Escolar                                                                           19
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