Page 2 - Giz Negro - 1.ª Edição 2023/2024
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fevereiro 2024

                                                  EDITORIAL






                         Atualmente é necessário ter sentido crítico.
                          Mas  o  que  é  ter  sentido  crítico?  Onde  se  obtém?  Com  quem  é  que  se
                  desenvolve essa capacidade? E como se mede se se tem muito ou pouco?
                  Provavelmente,  era  possível  continuar  esta  simpática  lista  de  perguntas…
                  Contudo,  é  capaz  de  ser  mais  enriquecedor  tentar  responder-lhes  de  forma
                  mais ou menos acessível a todos.
                     Então troquemos o conceito por miúdos. Ter sentido crítico é pensarmos com
                  a nossa cabeça, fugindo das más influências dos colegas que nos estão a levar
                  por caminhos semeados de lobos, que nem temos vontade de conhecer. É fazer
                  opções constantes, depois de termos pesado os prós e os contras, fazendo as
                  melhores escolhas para nós e para os que nos rodeiam.
                       Infelizmente ou felizmente, não o podemos comprar no supermercado da
                  zona  nem  encomendar  online.  Isto  só  pode  ter  um  significado:  tem  de  se
                  trabalhar a nossa cabeça e o nosso eu interior para o fazer crescer. Que tédio!
                  Todavia,  a  chave  para  o  sucesso  no  século  XXI  depende  muito  desta
                  capacidade. Toca a desenvolvê-la, adubando-a com leituras de qualidade, idas
                  a exposições e espetáculos, visionamento de bons filmes, trocas de ideias com
                  suficiente  abertura  de  espírito  para  respeitar  a  diferença  de  ponto  de  vista;
                  também é aconselhável a participação empenhada nas atividades e clubes que
                  a escola oferece.
                    E quem se procura que nos possa contagiar e apressar o desenvolvimento do
                  dito cujo? Lá vamos nós ter à escola outra vez. Parece perseguição! Não é. A
                  escola é um viveiro de aprendizagens que nos deve fazer questionar muito e
                  refletir  ainda  mais  sobre  todos  os  assuntos,  desde  as  práticas  ambientais
                  sustentáveis até às (des)vantagens das frenéticas redes sociais tão ativas no
                  nosso quotidiano.
                    Finalmente, será que precisamos da fita métrica para fazer a tal medição e
                  sabermos que temos resmas de sentido crítico? Nunca! Afinal, basta ter sentido
                  crítico para ponderar todas estas questões e concluir que todos o temos, se
                  não  o  tivermos  esquecido  nos  perdidos  e  achados  de  qualquer  meio  de
                  transporte público. Normalmente, depois de muito trabalhado, basta deixá-lo vir
                  à superfície quando se torna necessário.
                      Todos somos seres inteligentes e capazes de olhar à nossa volta com alguma
                  clarividência  (lá  teremos  de  ir  ao  dicionário,  neste  caso  a  Infopedia),
                  distinguindo  entre  as  realidades  e  os  argumentos  válidos  e  tudo  aquilo  que
                  frequentemente  a  sociedade  nos  tenta  impingir,  impedindo-nos  de  reavaliar,
                  fazer  suposições  e  apresentar  argumentos  fundamentados  à  luz  dos  novos
                  conhecimentos que vamos adquirindo.
                      Uma pessoa com sentido crítico apurado é sempre alguém muito “fixe”!


                                                                                                Maria da Luz Melo








          Giz Negro / Jornal Escolar                                                                          2
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