Page 3 - Giz Negro - 3.ª Edição 2024/2025
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julho 2025
Poesia à Solta
A poesia é, de facto, uma janela aberta sobre o mistério
maravilhoso das palavras que podemos sentir quando lemos
Luís de Camões, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de
Andrade ou Ruy Belo.
Mas também é por isso que uma jovem pode escrever poesia
cheia de significado...
Vagas memórias brancas
Finalmente chegou o verão,
A época dos castelos de areia A Poesia
E de jogar às cartas com os primos, é uma forma
Entre guerras de balões d'água de arte saída da
E de noites sem fim.
nossa imaginação.
Chego à praia
Já não é bem isso.
Matilde Carvalho, 5.ºB
Para onde foi o calor da areia?
E os sopros de ar salgado?
A maré parece mais agitada.
Olho para a bandeira de 5 em 5 minutos,
Para onde foi a pigmentação esverdeada?
Entro no mar,
Parece mais frio a cada verão que passa.
Será da idade?
Quando era mais nova, A Poesia é
Parecia mais fácil dar um passo em frente. magia
inventada…
Pisco os olhos e olho para cima,
O brilho do Sol do meio-dia
Roubou o lugar às nuvens da manhã. Gabriel Rocha, 5.ºB
Saio do mar.
Vou em direção aos guarda-sóis.
Os panados da avó são a única coisa
Que não parece mudar.
Ainda quero saber para onde foram
As corridas de um canto da praia ao outro
E as brincadeiras que inventávamos,
Só para que a digestão passasse mais
rápido.
Ainda quero saber
Como é que esperam que não enlouqueça,
Enquanto vejo os anos atrás de mim a
dissolverem-se no vazio,
Tornando-se em apenas vagas memórias
brancas.
Juliana Lascasas, 7.ºB Continua...
Giz Negro / Jornal Escolar 3